O Sacrifício de Florescer
11/13/20251 min ler


Eu gosto de flores.
Especificamente, de rosas.
Algumas florescem com força e brilho, outras parecem hesitar, como se ainda estivessem reunindo coragem.
E eu me pergunto: por que uma parece mais exuberante que a outra? As condições do jardim são as mesmas para todas — sol, chuva, verão, inverno. Mas, é claro, algumas recebem mais luz, outras mais sombra. Há as que têm raízes mais profundas, há as que lutam com o solo duro. E, mesmo assim, todas florescem. Cada uma à sua maneira.
E você? Como quer florescer?
De forma tímida ou em todo o seu potencial?
Existe uma passagem que sempre me visita, não como peso, mas como lembrete:
“Os tímidos não herdarão o reino dos céus.”
Durante muito tempo, achei que isso falava de culpa.
Hoje entendo que fala de coragem.
A timidez, quando nasce do medo, constrói murlalhas que escondem os talentos que o mundo precisa ver, com medo de que o mundo não saiba usá-los bem.
Mas o jardim precisa ver as suas cores.
Precisa do seu perfume único, do seu jeito de se inclinar ao vento.
O verdadeiro sacrifício não é o de sofrer, é o de se permitir ser visto.
É abrir mão do medo para servir à vida.
Porque florescer é isso: entregar-se ao sol mesmo sabendo que pode chover.
Deixar cair pétalas para que novas possam nascer.
E confiar que cada renúncia sincera é, na verdade, um ato de amor.
Aos corajosos, aos que se oferecem por inteiro:
- É reservado o prazer da entrega, a alegria da conquista e a paz de quem floresce por inteiro.
Moral botânica da semana:
Quem espera o momento perfeito pra florescer,
acaba virando paisagismo de dúvida.
Texto: Priscila Sotana - Incredibble
Da série "Verdades do Jardim"